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Inverno começa amanhã: baixas temperaturas favorecem incidência de problemas renais

Inverno começa amanhã: baixas temperaturas favorecem incidência de problemas renais

 

Hábitos comuns no frio, como a menor ingestão de água e o aumento no consumo de alimentos ricos em sal e bebidas alcoólicas, podem aumentar o risco de condições como insuficiência renal e pedras nos rins.

 

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O inverno começa em 21 de julho. E, com a diminuição das temperaturas e a chegada do frio, alguns hábitos comuns nessa época podem ser prejudiciais para o bom funcionamento dos rins. “No frio, é comum sentirmos menos sede, então esquecemos de ingerir quantidades adequadas de água diariamente, o que pode levar a um quadro de desidratação do organismo e, consequentemente, ao surgimento de problemas renais como insuficiência e cálculos, popularmente conhecidos como pedras nos rins”, explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

 

Além da menor ingestão de água, no frio, é comum aumentarmos o consumo de alimentos calóricos, condimentados e processados para repor a energia que o organismo gasta para se manter aquecido. O problema é que muitos desses alimentos são ricos em sal. “Os rins precisam fazer um grande esforço para filtrar o sal do sangue. Logo, ingerir grandes quantidades de sal, além de causar retenção de líquido, pode levar a sobrecarga dos rins, o que, a longo prazo, aumenta o risco de condições como doença renal e pedras nos rins. Além disso, o sal é a maior causa de hipertensão arterial, pois provoca estreitamento das arteríolas, com consequente elevação da pressão. E a hipertensão prolongada lesiona os rins e seus diversos vasos”, diz a médica.

Outro hábito recorrente no inverno é a ingestão de bebidas alcóolicas, que muitos consomem na tentativa de aquecer o corpo. Mas o álcool é tão prejudicial para os rins quanto o sal. “Além de causar desidratação, o álcool, em grandes quantidades, pode causar alterações na função dos rins, tornando-os menos capazes de filtrar o sangue. O álcool também inibe o hormônio antidiurético, que regula a quantidade de água excretada, aumentando a diurese”, diz a Dra. Caroline, que acrescenta que estudos sugerem que o consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de doença renal crônica.

 

Logo, para manter a saúde renal no frio, é importante restringir o consumo de bebidas alcóolicas e alimentos ricos em sal, além de ingerir quantidades adequadas de água. “Apesar de sentirmos menos sede no frio, a hidratação deve ser a mesma em todas as épocas do ano para evitar problemas renais. Mas, com as baixas temperaturas, é interessante apostar em algumas estratégias para ajudar a manter o organismo hidratado, como consumir chás, sucos, sopas e frutas, verduras e legumes, embora nada substitua a ingestão de água”, afirma a nefrologista. Além disso, controle o peso e a pressão arterial, evite o tabagismo, adote uma alimentação balanceada e, mesmo com o desânimo causado pelas baixas temperaturas, procure praticar exercícios físicos regularmente. “Sabendo que os benefícios cardiovasculares refletem diretamente na saúde renal, pode-se dizer que exercícios são benéficos para os rins”, destaca a médica.

 

Por fim, redobre a atenção com os sintomas característicos de problemas renais, como alterações na urina e nos hábitos miccionais, dores nas costas, inchaço no corpo, coceira e cansaço. “Na dúvida, procure um nefrologista para passar por uma avaliação e receber um diagnóstico. E, mesmo sem apresentar sintomas, é interessante visitar o profissional regularmente para realizar um check-up e detectar precocemente qualquer tipo de doença renal”, completa a Dra. Caroline Reigada.

 

FONTE: DRA. CAROLINE REIGADA – Médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A médica é especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, a Dra. Caroline Reigada participa periodicamente de cursos e congressos, além de ter publicado uma série de trabalhos científicos premiados. Participou do curso “The Brigham Renal Board Review Course” em Harvard. Atualmente é médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

 

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